quinta-feira, 25 de março de 2010

efemérides sobre a cidade

Uma das perguntas que mais ouço é qual a importância de um festival de dança teatro para a cidade de São Paulo.

Vou deixar aqui algumas efemérides para que cada um tire suas próprias conclusões.

- vivemos numa cidade em que a prefeitura autoriza a COMGAS, Eletropaulo, obras de Shopping a trabalhar durante a noite toda! Há dois meses que uma única rua(Dr Veiga Filho)é submetida ao barulho de britadeiras todas as noites. Às vezes eles fingem que não vêm, mas lá pelas duas da manhã uma verdadeira praça de guerra é armada e as britadeiras comem soltas até 5 ou 6 da manhã.
A policia diz que não pode fazer nada e os moradores acordam como zumbis no dia seguinte. Numa cidade onde encontros nas ruas não acontecem, onde vizinhos mal se conhecem, onde domina a cultura do medo, isolados, não conseguem impedir que a prefeitura perturbe e torture o descanso dos moradores.

- a cidade que optou pelos carros: sabe porque as obras são feitas à noite? para não perturbar o trânsito! Se eu perguntar o porque de tanta obra de uma hora pra outra fica muito obvia a resposta?

Então?
PAra que um festival de dança né?

Vcs podem colaborar com postagens de outras efemérides didáticas sobre a da cidade.
Mirtes

des-sabendo

Nós sabemos tanto, falamos tanto, lemos tanto e no entanto .......(você pode completar)

Ao pensar no workshop que compusesse a programação do Festival Visões Urbanas considerei que para realizarmos composições para a rua tinhamos que ouvir o maior interessado, ou seja, a rua. Mas como já dizia Milton Santos o espaço urbano é feito de fixos (arquitetura) e fluxos (pessoas). Então ouvir a rua significa também ouvir as pessoas que por lá transitam.
Ouvir com o ouvido, com os olhos e com o corpo.
Assim vc poderá ouvir algumas questões que estão sendo levantadas.

Mas estamos repletos de saberes, dizeres e pensares. Como ouvir alguma coisa assim tão sabios que somos?

Não será melhor silenciar? Por que não nos arriscarmos a ficarmos quietos?
Com a Cia Artesãos do Corpo muitas vezes iniciamos nossos trabalhos assim. E é muito dificil.
A rua vai perceber nossa presença. Vamos ver como.

Assim, sem ser obrigado a saber nada, mostrar nada, chegar a nenhuma conclusão.

Mirtes Calheiros

sexta-feira, 19 de março de 2010

Workshop de dança-teatro em paisagens urbanas


O Workshop dança-teatro 360 graus convida àqueles que gostam de aventuras a participar de 3 encontros no Pateo do Collégio para descobrimos as maravilhas de ficar parados na cidade, com o único compromisso de não fazer nada.
É isso mesmo. Não fazer nada!
10 pessoas experimentarão as dinâmicas desenvolvidas pela Cia Artesãos do Corpo em espaços não convencionais: ouvir a rua, observar os caminhos do vento, das nuvens, as rachaduras do chão que contam histórias, as frases entercortadas que as pessoas depositam no espaço. Recolher sensações no corpo e quem sabe surja daí algum movimento, frase, interação. Talvez surja....
Venham livres: não temos lugar para guardar bolsas. As roupas são as que possibilitem movimentos, do corpo e do vento. Lápis e papel podem ser bem vindos.
Dias 08-09 e 10 de abril, das 10h ao meio dia no Pateo do Collégio.
Enviem carta de intenção para contato@ciaartesaosdocorpo.art.br até dia 31 de março.
Espero por vocês
Abraços
Mirtes

sexta-feira, 12 de março de 2010

A PROGRAMAÇÃO


A programação da 5a edição do festival Visões Urbanas tras para cidade de São Paulo trabalhos criados especialmente para espaços públicos e paisagens urbanas e que serão apresentados no Pateo do Colégio nos períodos da manhã e tarde dos dias 14 a 17 de abril.

Esperamos que mais uma vez a cidade seja questionada, percebida, sentida através dos artistas que lá se apresentarão.

E que se faça a festa.

Uma festa de improviso, em que as pessoas vão passando, ficando, olhando e comentando. Depois seguem seus rumos. Mas levam em seus olhos algo extraordinário.

algo que não está relacionado a violência, ao descaso e muito mesmo ao cinza.

As crianças podem vir. Tem OBJETOS VOADORES (Beau de L'air) que farão com que olhemos para o céu. tem gente guerreira que dança SOBRE RODAS e sobre "falsos pés" PSEUDÓPODOS e acreditem - eles vêm de longe: de Macaé, Rio de Janeiro e de Lisboa, Portugal. Tanto mar.

Tem mais gente vindo de longe. O festival começa com EVO, que vai inverter o tempo e convidar à meditação e à contemplação. Nada melhor em se tratando de um espaço como o Pateo do Collegio.

Ter artistas de Alagoas, o Jorge Schutze, que continua com a sua pesquisa de dança na rua e apresentará DESPACHO. Ver artistas da Bélgica, a turma da Irene K. que trará ao Pateo uma instalação construida com fios para falar de dentro e fora. INSIDE-TIME/OUTSIDE-SPACE.

Mas tem também os paulistanos do Grua que embarcam no espírito da cidade com CORPOS DE PASSAGEM, da batalhadora Silvana Abreu que rasgará o espaço com seu RISCO DE VIDA e a Virtual Cia de Dança com uma instalação audio visual - CORPOUVIDO. E paulistano também sabe dançar tango e os acordes de LA CUMPARSITA e os passos de Margareth Kardosh e Victor Costa preencherão o espaço do Pateo. Teremos ainda os artistas do Uruguai e Espanha através da apresentação do Projecto La Casa com "U" ou uma paisagem a se contemplar; ENTOMO com os bailarinos da EA&AE e POR FAVOR NO MI ENTIDENDAS MAL com a Provisional Danza.

A programação paralela terá a exposição fotográfica VISÕES URBANAS que reune fotos de Fabio Pazzini clicadas a partir dos trabalhos realizados para espaços urbanos da Cia. Artesãos do Corpo. O workshop de DANÇA TEATRO EM PAISAGENS URBANAS com Mirtes Calheiros, aula de tango na Praça Buenos Aires - TANGO NA RUA - com a dupla Victor Costa e Margareth Kardosh, palestra com os coreógrafos Ana Rita Barata (Portugal) e Paulo Azevedo (Macaé-RJ) que falarão de dança inclusiva e para encerrar o festival a I VIDEODANÇA SP no Instituto Goethe SP.

Esperamos que esses momentos sejam intensos e dêem um pouco mais de sentidos às nossas vidas.



Mirtes Calheiros


Detalhes da programação:

programação paralela:

de 08 a 10 de abril das 10h as 12h - Pateo do Collégio
workshop gratuito: Dança-Teatro em Paisagens Urbanas por Mirtes Calheiros

de 14 a 17 de abril - Caixa Cultural SÉ
exposição fotográfica: Visões Urbanas imagens do repertório da Cia Artesãos do Corpo em Paisagens Urbanas, fotos Fabio Pazzini.

dia 15 de abril das 15h às 16:30h - Parque Buenos Aires
workshop gratuito: Tango na Rua por margareth Kardosh e Victor Costa

dia 16 de abril das 15h às 16:30h - Jardim Interno do Pateo do Collegio
palestra gratuita: Dança Inclusiva - Ana Rita Barata e Paulo Azevedo, mediação: Ederson Lopes

dia 17 de abril a partir das 18h - Instituto Goethe em São Paulo
mostra de videodança gratuita: I Videodança SP

espetáculos:
dia 14/04
10h: EVO - B.K. Cie (Alemanha)
11h: "U' - Projecto La Casa (Uruguai)
13h: CORPOUVIDO - Virtual Cia de Dança (São José do Rio Preto-SP)
14h: BEAU DE L'AIR - Objetos Voadores/Ana Gastelois (Belo Horizonte - MG)

Dia 15/04
10h: PSEUDÓPODOS - D.I. Cia de Dança (Macaé-RJ)
10:30h: RISCO DE VIDA - Cia. Silvana Abreu (São Paulo-SP)
13h: LA CUMPARSITA - Margareth Kardosh e Victor Costa (São Paulo - SP)
13:30h: ENTOMO - EA&AE (Espanha)

dia 16/04
10h: DESPACHO - Cia. Ltda (Maceió - AL)
10:30h: POR FAVOR O MI ENTIENDAS MAL (Espanha)
13h: CORPO DE PASSAGEM - Grua (São Paulo - SP)

dia 17/04
10h: INSIDE TIME/OUTSIDE-SPACE - Cie. Irene K (Bélgica)
11h: SOBRE RODAS - Cia Integrada Multidisciplinar CIM (Portugal)

quarta-feira, 10 de março de 2010

solos consagrados


O Festival Visões Urbanas, caminhando para sua quinta edição já dá mostras concretas de seu alcance em termos artisticos e da conquista de novas parcerias e da possibilidade de continuidade pela disposição que esses mesmos parceiros já demonstram para 2011.
Como é de nosso estilo (diretores do festival) parceiros para nós significa o estreitar de laços duradouros combinados em conversas sem pressa em que falamos de arte, da vida e da cidade. Nesse caminho encontramos pessoas que estão lutando para preservar espaços e instituições em que a arte possa acontecer com dignidade.
Um deles, Pde Contieri do Pateo do Collégio, luta para não banalizar um lugar que em sua história colecionou várias rupturas e hoje é referência na cidade tão carente de cuidados com sua história. Conversar com Pde Contieri nas dependências do Páteo é aprender sobre estratégias de defesa daquilo em que se acredita.
É o segundo ano em que vamos colocar a arte naquele solo que já sofreu tantas transformações e em que muitos passam apressados sem lembrar que ali nascia a cidade de São Paulo. Parar ali por uns momentos e olhar de verdade o entorno, nos leva a experimentar outros tempos. Em Roma, ou melhor no imenso páteo que recebe os visitantes no Vaticano, há um local em que se vc se posicionar e olhar o céu o percebe como abóboda, quase uma experiência próxima a um efeito especial. A comparação talvez não proceda, mas o que quero dizer é que permanecer num local que possui uma história significativa proporciona uma experiência extra cotidiana e é isso que o Festival Visões Urbanas convida os passantes a fazê-lo.
Em outras edições e mesmo nas apresentações da Cia Artesãos do Corpo, tenho visto as pessoas se distrairem olhando o que a companhia está fazendo e o entorno. Olham o céu, as coisas que estão acontecendo em volta. Depois nos dizem que ficaram mais descansadas com essa experiência.
E aí temos uma cidade mais humanizada através da arte.
Estamos em contagem regressiva.
Os grupos estão a postos, com passagens marcadas e a equipe do festival Visões Urbanas já está trabalhando para que todos sejam recebidos com conforto, segurança e que gostem de nossa louca cidade.
E você que está lendo ? Como vai colaborar para que esta festa sobreviva?
Vindo para o Páteo do Collegio de 14 à 17 de abril assitir aos grupos que tanto esforços estão fazendo para aqui mostrarem seus trabalhos.
Bom dia à todos.
Mirtes Calheiros

terça-feira, 9 de março de 2010

V Visões Urbanas - Boas vindas


O Visões Urbanas - festival internacional de dança em paisagens urbanas, volta à cidade de São Paulo, com sua quinta edição, para mais uma vez colocar a arte e a dança em contato direto com o público.


Com uma programação 100% gratuita, composta por criações diversificadas e realizadas especialmente para o meio urbano, o Pateo do Collegio será o cenário de muita poesia, sons, movimentos e surpresas, provando novamente que a arte nos ajuda a superar muitos obstáculos e preconceitos.


E não é disso que precisamos nessa nova/velha realidade?


Mirtes Calheiros (diretora artística do Festival Visões Urbanas)