sexta-feira, 6 de maio de 2011

lugar onde chove



Uma chuva fora de hora insistia em cair e caía cada vez mais forte até que o plástico que cobria a pérgola do Parque Mario Covas começou a ceder obrigando a todos a ocupar apenas uma pequena parte da cobertura que ainda permanecia firme. Era o segundo dia do festival. Subtamente o tempo começou a passar mais lentamente e pudemos ver naquele momento o festival cumprindo um de seus principais objetivos: unir artistas, publico, passantes. Vários idiomas se misturaram, várias mãos se uniram para levar o festival para o Conjunto Nacional. Pessoas que vieram para assitir abriram seus guarda chuvas para levar artistas para o novo local, moradores de rua que frequentam o parque ajudavam a levar equipamentos e instrumentos para as vans, Maida comentava sobre a maravilha de som que a chuva estava produzindo e ninguém se importou com o imprevisto.
No estudio dos Artesãos do Corpo há um cartaz que coloquei há muito tempo que diz que a criatividade é um lugar onde chove, umido e movediço. Ai está. O VI Visões Urbanas foi um furacão que passou pela cidade com trabalhos fortissimos, onde os criadores deixaram clara suas origens, a materia de que são feitos e sua maneira de pensar o mundo que estamos vivendo. O VI Visões Urbanas mostrou que a rua é lugar pra ser usado, regado, plantado, varrido, espalhado por nós pessoas. A cidade existe para as pessoas. É sempre bom lembrar disso e o festival esteve ai pra mostrar novos caminhos, desvios e interações.
Aos artistas que não mediram esforços para trazerem suas criações: obrigada. Que os laços que criamos durante os dias do festival perdurem entre todos.
Mirtes