segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vem aí a VI edição do Festival Visões Urbanas!

A VI edição do Festival de dança em paisagens urbanas Visões Urbanas vai lançar até o final do mês de setembro sua convocatória para que os grupos interessados apresentem seus trabalhos.

Enquanto isso, passados quatro meses da última edição vemos que a discussão sobre espaço público e as manifestações artísticas nas ruas de São Paulo não só não avançou como caminha a passos largos para trás, caso os órgãos públicos continuem insistindo em tratar manifestações artísticas no espaço público como incômodo!

Dois lugares distintos chamam a atenção pela maneira como encaram o lugar de todos, o lugar comum: as megas cidades de Istambul e São Paulo. Uma possibilita a seus moradores todo o conforto para poderem ficar nas praças e ruas, mantendo bancos, jardins, fontes em rico funcionamento. A outra, nossa São Paulo, possui cada vem menos possibilidades de utilização.

Nesse ultimo final de semana houve no bairro da Liberdade que todos conhecem, uma comemoração dos 41 anos da configuração atual do bairro. Haviam propostas de apresentações, uma palco foi armado e muitas barracas de comida ocupavam as calçadas. Mas e as pessoas?
Haviam lugares para ficar? Não. Só para se manter em movimento, ou seja, andando. Mas como comer? Com o prato na mão e agachados na calçada imunda? E como possibilitar que pessoas mais idosas ou crianças pudessem ver algo espremidos na multidão? Sem nenhum conforto as pessoas se ocupam de comprar quinquilharias. Isso não é festa e muito menos arte. Valeu a iniciativa, mas ainda temos muito a aprender.

Estive em Istambul em agosto e fiquei muito impressionada como a população da cidade ( que aliás, equivale a de São Paulo) se vale da cidade como abrigo, lugar de estar, de comer, de ouvir musica, de assistir a shows ao ar livre (que ocorrem todas as noites em palcos cujas platéias ficam sentadas em arquibancadas permanentes) em coretos, com pipoca, milho, castanha torrada, maçãs, nozes, tudo perfumando a cidade.

Adorei Istambul: cidade cheirosa e com trilha sonora (as gaivotas e o som das mesquitas dão um tom misterioso a cidade com seu vai e vem de barcos e rodeada pelos mares), com sua bandeira dançando com o vento.

Todo acontecimento em São Paulo equivale a dizer que as pessoas não vão ter onde parar para apreciar o que está acontecendo, para sentar e poder descansar a sombra de uma árvore (que árvore? o serviço de poda e remoção funciona a pleno vapor) e poder olhar a cidade de outra forma.

Bem, aí vem mais uma tentativa de fazer a cidade contar outras histórias que não as de violência e esperamos poder proporcionar condições para que as pessoas parem e vejam artistas que se preocupam com o meio urbano e levam para as ruas arte e descanso para o olhar

mirtes

Um comentário:

  1. Que lindas essas comparações de cidades.
    Que rápido ja ter uma nova convocatoria.
    Ainda estou desenvolvendo meu DESPACHO. Acho que esse ano não tenho nada de novo pra acrescentar a nosso festival (gostou do nosso?). Boa sorte e muita merda pra todos voces!!!

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