sábado, 24 de abril de 2010

Visões Urbanas 2011!


Foi assim que encerramos a V Edição do Festival Visões Urbanas - pensando na VI Edição!
O encontro entre os artistas participantes dessa edição, a troca de experiências entre aqueles que vieram com essa disposição, a escolha acertada das companhias com o objetivo de fornecer um panorama, ainda que parcial, do que está sendo feito como dança- teatro em paisagens urbanas, vai deixar saudades e nos estimula a repetir a dose.
Queremos para a VI Edição organizar uma agenda que possibilite ainda mais a permanência dos participantes durante todos os dias do festival a fim de que esse encontro entre os artistas e a cidade seja realmente possível.
A quase totalidade dos participantes que se apresentaram no Visões Urbanas puderam ver todos os espetáculos. Mesmo artistas de São Paulo que não estavam participando dessa edição vieram assistir às apresentações.
Cada companhia nos ensina algo de importante e trazem quer queiram, quer não, o espírito de sua terra.
A Projecto La Casa do Uruguai, deu mostras do espírito aguerrido que marca o grupo. U, nome do espetáculo, coloca na rua uma pesquisa de som no mínimo instigante. As duas companhias que trouxeram obras que contavam com interpretes com necessidades especiais ; a CIM de Lisboa e a D.I de Macaé, interagiram com a rua inteiramente e fizeram nossa respiração parar por instantes.
Passando por pesquisas generosas realizadas na e para a rua como Despacho da Cia Ltda de Jorge Schutze a trabalhos mais formais como o da Provisional e a Cia Irene K, pudemos continuar a reflexão sobre o que significa a rua e principalmente PARA QUÊ criar para rua.
A partir dessas apresentações, compreendi que mais do que criar especialmente para a rua, o importante é captar o momento mesmo em que está se apresentando. Isso requer abrir mão de fórmulas pré estabelecidas e observar o que está acontecendo naquele dia, naquela hora e assim escolher a melhor estratégia de apresentação, dividindo com o entorno, pessoas, fluxos e até os caminhos do vento, aquilo que foi preparado. Quem assim procedeu conquistou os passantes, os que vieram ver e até a guarda civil que ganhou de Jorge Schutze uma dança só pra eles.
Todas as companhias precisaram realizar esforços para virem para São Paulo, do desejo até a apresentação. Instalar suas criações num novo espaço, adaptar.se a impossibilidades diante daquilo que foi pensado e do que a rua oferecia efetivamente, pedia um grau máximo de boa vontade e compreensão da cidade que os acolhia. A todos agradecemos o empenho.
O Festival Visões Urbanas tem que continuar, pois nossa cidade precisa acolher a arte e respeitá-la, considerando a dança teatro em paisagens urbanas tão digna como a realizada em qualquer outro espaço.
O Pateo do Collégio confirma sua vocação para receber obras realizadas para espaços urbanos, mas ainda falta de outros órgãos públicos uma compreensão do que seja um evento e do que seja um festival artístico. São coisas distintas. Com um pouco mais de colaboração poderemos transformar o Visões Urbanas num festival que não fica nada a dever para os grandes festivais já consagrados.
Aprendemos muito com todos e com todas as dificuldades.
Pensar na VI Edição do Visões Urbanas é garantir espaços de reflexão dentro da grade de programação paralela ( Mulheres de Laban, Dança Inclusiva e Politicas públicas para dança teatro na rua), exposição de fotos de cidades que dançam nas ruas das grandes metrópoles, mostra de vídeo dança, reforçar a participação de companhias da América Latina, trabalhos de residência e co-produção e principalmente o encontro entre todos para que as despedidas e os até breve sejam como foram dessa vez: abraços que diminuirão distâncias para sempre.
Muito obrigado à todos por virem.
Mirtes

6 comentários:

  1. Vontade de compartilhar!!!!
    Deve ter sido lindo. Humano!!!
    Telma César
    www.poeticadacidade.blogspot.com

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  2. Instigante!!! Um texto instigante!!
    Obrigado pelo estímulo e reconhecimento,
    e muita força/fé Artesãos. É claro que importa o quanto as instituições reconhecem iniciativas, mas sobretudo é importante que saibamos cada um de nós que nossa ação é válida.
    Admiro e amo muito todos voces!
    conto conosco
    Cia.ltda.
    Jorge
    J

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  3. Guerreiros Quixotes Artesãos! Parabéns por trabalhar a matéria do impossível e espalhar isso aos ventos pela cidade. Com certeza, a batalha com os moinhos continua, mas tudo está por ser construído.
    Com carinho e admiração,
    Silvana

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  4. Larga vida a Visoes Urbanas!!
    Muita forza artesanos!
    Obrigados por todo
    Adoramos todos voçes!
    Abraços
    Mariana
    LA CASA
    UY

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  5. olá! estamos muito querendo saber como faz para participar do festival de vocês! fiquei muito apaixonada com o que li (e vi) aqui no blog... não trabalhamos exatamente com dança, mas acho que nossas linguagens são afins... como faço para entrar em contato com vocês?

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